quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Foco, disciplina, concentração, vontade e intenção


“Fomos criados em uma cultura de variedade, de múltiplos interesses, de diversidades de possibilidades, infinitos recursos para arbitrarmos, o que é para nós e o que não nós serve.

Um povo de características mais femininas, onde observamos todo nosso entorno, ligados em tudo e em todos ( menos em nós mesmos).

Percebemos o mundo em 360 graus, olhamos ao longe, julgamos e interferimos na vida alheia, dando a isto a veste de Se Importar, ou seja de amor.

Mas desenvolvemos a dispersão de energias, a dividimos em tudo no nosso entorno, damos poder ao meio, não geramos limites, não nos limitamos.

A Nossa liberdade deveria ir até onde inicia a liberdade do próximo, mas tendemos a forçar nosso mapa pessoal de vida aos demais como sendo o mais correto.

Nós nos empenhamos a mudar o mundo, as pessoas, forçando-as a seguir nosso modelo de vida, e inconscientemente, seguimos um modelo imposto a nós por milênios sem questionar.

Vivemos como entidades, seguindo condicionamentos, sem discernimento, apenas repetindo ações aprendidas.

Perdemos o foco em nós, sempre nós colocamos em último plano: colocamos a nossa frente pessoas que amamos, crenças, missão de mudar o meio, corrigindo a obra divina, ao invés de contribuir com ela.

Uma fuga, pois se voltarmos o foco a nós mesmos, teremos que nós perceber como somos, e não como nós idealizamos, e isto dói, pois não sabemos lidar com a realidade:

Somos Humanos, frágeis, falíveis, em aprendizado, seres em desenvolvimento de potenciais, habilidades, e portanto pedras brutas em lapidação, onde nosso verdadeiro valor, brilho terá que ser trazido para fora.

A grande diferença entre um Humano e os demais seres em Gaia, é a capacidade de tomar consciência do que sente, gerar sensações emotivas com seus processos mentais, de observar a si mesmo e modificar o próprio ser, de forma a se fazer feliz. Os animais agem por condicionado, aprendizado passado de geração em geração, aperfeiçoando a espécie, gerando mutações no DNA fixo e no volátil. Da mesma forma temos o mesmo impulso, somado com a exposição sociocultural e religiosa, e a possibilidade de escolhermos sobre nosso caminho, sobre nossas reações e ações.

Mas estamos tão absortos em acompanhar o mundo exterior, que saímos do centro de nosso mundo, nós tornando vítimas do meio.

O primeiro foco que precisamos desenvolver, e a volta ao que sentimos:
Como cada fato, cada pessoa, nós impacta?
Onde estamos ou nós colocamos para ter certa reação?
Com que personagem, mascara estamos nos identificando para nós sentir de certa forma? Submisso ou dominador, vítima ou agente?
Onde estamos colocando nosso poder? O quando ele está fora de nós, agindo contra nós, nos oprimindo? E o quanto o temos em nossas mãos e o usamos para mudar a situação.

Recuperar o próprio poder exige Disciplina, coisa que para nós é algo a se evitar, pois a confundimos como mecanismo de opressão, de obrigação, de ficar quietos e submissos..

Não, disciplina é apenas colocar o foco naquilo que desejamos para nós, direcionar nosso esforço e atenção a nosso processo buscando modifica-lo de forma a nós fazermos mais felizes.

Felicidade passa a ser não um estado desejado, idealizado, mas uma medida de estarmos no rumo certo, o uso do bom senso da alma, nosso mestre interior, guia seguro.

Disciplina para mudar o foco da segurança, pois se segurar, se assegurar no mundo exterior é ilusório, pois ele é mutável, e independe de nossa vontade. O único local onde podemos nos segurar, apoiar, aconchegar é dentro de nós, nas nossas partes que torcem que sejamos felizes, que evoluamos, pois se o fizermos, elas também o farão, então se segurar na própria alma- espirito, honrando os corpos de manifestação, os apoiando e cuidando, pois eles se apoiam em nós, gerentes que somos deste Universo interno que nós coabita, infinitos átomos, células, seres simbiônticos e até mesmos parasitas.

Se não nós focarmos em nós, com disciplina, deixamos este Universo interno sem gestão, sem ordem e se tornará caótico, nós afetando, pois sem poder, é afetado pelas forças externas.

 Este Universo em nós, exige que assumamos nosso cargo de gerentes, e que nós nos concentremos em nós, ou seja, colocamos a nossa atenção centrada em nós, pois é nossa bioenergética, nossos processos psico-astrais que plasmam o  meio à nossa volta, atraindo o que temos em nós amplificando fora, aquilo que exige nossa atenção dentro de nós ( princípio da projeção, derivada da Vibração/polarização).

Se desenvolvermos foco, disciplina aprendendo a lidar conosco mesmos, concentrados em como funcionamos, podemos usar a dadiva do Livre arbítrio, e usar nosso discernimento, o Poder de escolha, de dar e tirar importância, de absorver ou não, de nós deixar impressionar ou de anular/neutralizar e a partir da escolha lucida, usar nosso Poder maior de Vontade para interferir em cada processo, modifica-lo, ajusta-lo, transmuta-lo, de forma a encontrarmos sempre uma melhor posição, que nós faça sentirmos bem conosco mesmos, ou nós movermos um passo mais próximos ao estado de felicidade.

A nossa intenção é a diretriz maior que dá sentido a cada ato nosso, dá um significado a nossa vida, mas por falta de foco, de disciplina, de não  termos o centro em nós mesmos, de não estarmos lúcidos na auto percepção ( o que estou sentindo agora com isto? Onde estou me colocando neste momento? Posso mudar meu ponto de vista agora e como isto muda o que estou sentindo?), não temos a mínima noção da intenção de cada atitude nossa. Com isto diluímos nosso poder, pois outras intenções sobreporão a nossa não capacidade de intencionar nossa energia, ou seja de comanda-la, pois negamos a lidar conosco mesmos....

Fugimos de nós, de nossa existência, quando focamos tudo menos a nós mesmos. E uma fuga da vida, tem preço, pois ela irá se impor a nós. A quem está encarnado não há fuga de viver, e se não se colocar no fluxo da vida por amor, o faremos pelo sofrimento.

Toda dor só indica que em algum ponto em nós, existe uma fuga, estamos nos defendendo de sentirmos uma magoa forte- a vida não é o que queríamos que ela fosse, mas ela é o que pode ser, o que precisamos que ela seja, para evoluirmos, para mudarmos...

A vida é real, não é ideal... nossos relacionamentos são reais, mas nós nos negamos a ver ao outro, porque nós negamos a nós perceber quem somos realmente, não nós mostramos a ninguém, nem a nós mesmos...

Temos raiva da vida, porque ela se nega a estimular nossas ilusões, idealizações...fugimos de nós sentirmos magoados, mas a magoa é a visita da verdade, ela apenas nos traz de volta ao cardíaco, morada da alma.

Para viver na alma, porta do espirito, precisamos estar concentrados em nós, determinarmos nossa intenção, desenvolvermos disciplina, foco, direcionarmos nossa vontade, e ao assumir a auto responsabilidade, recuperando o poder de fazer diferente, de ser diferente, único, transmutarmos nossa vida.

Mas ninguém aprenderá a dominar os elementos da realidade, se não desenvolver a habilidade de lidar com seus elementos internos, de ter foco, clareza de intenção, se colocar no centro da atitude, com toda responsabilidade assumida pelas consequências, a disciplina de estar consciente e presente em si a cada momento...

Ou seja, aquilo que devido a nossa cultura liberal , permissiva, paternalista, assistencialista, não desenvolvemos quando crianças, não se tornaram naturais como em outros povos, termos que correr atrás do prejuízo...não por obrigação, mas porque queremos ser os autores de nossa própria vida.

A independência não está em se rebelar contra a dependência, contra quem nós protege, mas aproveitarmos que a vida nós supre com os recursos necessários, aprendermos como nós virar, com aqueles que já caminharam mais que nós, pois eles podem evitar que caiamos em armadilhas, que eles experienciaram, pela bondade deles em compartilhar sua experiência conosco.

Os Poderes de Foco, Disciplina, Concentração, Intenção, Vontade, Presença, Clareza, Lucidez não nascem de um dia para o outro, precisam de que trabalhemos muito sobre elas, que lidemos com cada fracasso, cada inabilidade nossa, de forma positiva, com autoconsideração, afinal ninguém se torna um exímio musicista sem dedicar horas a fio em desenvolver sua arte.

Aprender o domínio é desenvolver uma arte. Assumir o próprio poder também é uma arte.

Um desenhista primeiro aprende as técnicas, do mais simples risco, depois do uso da aquarela, do lápis de cera, das tintas, até que um dia se torne um pintor, E o que diferencia um pintor que apenas desenvolveu técnicas, de um mestre é que depois de desenvolver, o foco, a disciplina, a intenção, a concentração, ao aprender a base da arte, a subverte, traz sua alma para a mesma, e após dominar todas as técnicas, a saber lidar com suas habilidades, suas limitações, as transcende, e flui na sua arte, além do ego...se torna a própria arte se manifestando...  

Mas sem se dedicar a aprender como segurar um lápis, qual é o traçado, a lidar com os recursos, nenhum mestre nasce...sem as 5 qualidades temas desde texto, da mesma forma ninguém se torna um mestre de si mesmo. “

 

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