Diz, no senso
comum, que a ignorância protege, que a sabedoria gera responsabilidade.
Basta olharmos uma
criança arteira, parece que tem vários anjos da guarda, que evitam que ela se machuque
de forma séria. Elas não tem medo de nada, peito aberto para descobrir como o
mundo funciona.
Criança se expressa
assim como ela é, sua essência, e aos poucos vai aprendendo sobre limites, vai
assumindo do mundo imagens sobre quem ela é, nem sempre verdadeiras, mas
interpretações dos adultos, de outras crianças, de médicos, professores,
terapeutas...aos poucos ela é levada a esquecer de quem é em essência, perde
sua inocência, e aprende a se “adaptar”, ou melhor, se formata, aprende a ter
uma serie de medos, a não confiar mais em si mesmo, a depender, se percebe
inadequado, incapacitado, e tem dificuldades de entender que está em
desenvolvimento, pois o verbo usado pelo adulto e ouvido é : Você é xxxxx .
Crianças que
crescem sendo estimuladas, apoiadas, aconchegadas, sem serem mimadas, mas sim,
conscientizadas, vivem mais próximo de sua essência, adaptam-se as necessidades
a que é exposta. Mas em geral, as crianças crescem com pessoas que tem uma
inabilidade de lidar com aquele espirito se adaptando a vida encarnada, e os
transformam em miniaturas deles mesmos, impondo sua visão de vida, crenças,
comportamentos, que por serem modelos é facilmente absorvido pelas crianças.
Neste sentido, a
criança perde sua pureza, sua integridade enquanto alma, e vai sendo absorvida
pelo ambiente, gerando uma persona, uma autoimagem validada vinda do externo, e
se perde de si.
Como um Ser que
está se desenvolvendo, evoluindo, adaptando às exigências exteriores, revelando
temperamento, adquirindo comportamentos, confrontando limitações.
Aos poucos se torna
polarizada- de um lado sua essência, sua missão de alma, e do outro os medos, a
persona assumida, se dividindo entre luz e sombra.
Na vivencia vai se
descobrindo, se modificando, reagindo, como se fosse uma substancia submetida a
uma reação eletroquímica em determinadas condições, exposta a certos
catalizadores ou retardadores do processo, alterando o produto resultante.
Vamos testando o
ambiente, primeiro aprendendo a engatinhar, depois a andar, correr, outros meios
de se locomover, de usar os membros, desenvolvendo sua arte, não importando
quais habilidades sejam focadas, todas tentativas são validas, os fracassos são
rapidamente absorvidos, o agir modificado, aperfeiçoado. Uma vez que já
aprendemos a fazer algo com um certo resultado positivo, funcional, e
adquirimos sabedoria a respeito, compreendemos as leis que abrange o processo,
o impacto de determinadas ações, saímos da ignorância da criança pura
descobrindo o mundo, e passarmos até que lidar com as consequências geradas
pela nossa ação.
Quanto mais
conhecedores de certos princípios, mais rápido será o retorno da ação,
possibilitando que compreendamos que atitude nossa causou está consequência desagradável,
e com isto acelerarmos nosso aprendizado. Podemos experienciar muita coisa,
tendo em vista o aprendizado, mas não é nós dado mais o direito de mal agir,
quando sabemos que o ato é nocivo, seja aos outros ou a nós mesmos.
Em função do princípio
da evolução, agir de forma involutiva tem consequências serias, ativando a lei
do retorno.
Se estamos agindo
conforme nossos valores, crenças, de bom coração, na fé de estarmos sendo
corretos, ou seja no nosso melhor, mesmo que a ação possa ter consequências
negativas, resultará em um aprendizado, e as consequências serão para o bem, em
uma visão mais ampla.
Mas se já sabemos
agir melhor, e de proposito, ou por descuido, por inconsciência conosco mesmos,
agimos fora do melhor que somos capazes, nosso sistema de defesa da
integridade, que visa nós defender das consequências do ato, que se ocorrerem
no mundo exterior, causará ao nosso espirito um trabalho enorme em lidar com as
consequências, uma vez que desviou outros seres de seu caminho. Então, nosso
sistema guardião age prontamente, invertendo nosso poder e fazendo-o agir
contra nós mesmos, ou nós paralisando, ou mesmo atacando, cada vez de uma forma
mais drástica, até que “despertemos” de que não estamos agindo em nosso melhor,
e tomemos consciência de onde não estamos no nosso melhor, e corrijamos nosso
agir.
Mas para agir
sempre no nosso melhor, primeiro precisamos saber quem verdadeiramente somos,
em essência, e o porquê assumimos determinadas personalidades, seus mecanismos,
mas sem perder o alinhamento com nossa essência. Podemos assumir vários
personagens, se adaptando a situações, fluindo, mas sem sair do nosso melhor.
Isto significa, se
temos lucidez de que não devemos agir involutivamente sobre alguém, se o
fizermos, seremos atacados por nós mesmos, sendo impedidos da ação.
Se sabemos ser
firmes, focados, personalidade forte, responsável e resolvermos em alguma área
de nossa vida, para manipular outros para fazerem coisas para nós, entrando no
sentimento de vítima, de incompreendidos, de indignação, seremos desde
obsediados até mesmos machucados de forma seria, não por uma energia do meio,
mas por nosso próprio poder invertido. Por isto, cerca de 90% dos processos de
ataques energéticos que se voltam contra nós, partem de uma ação nossa fora de
nosso melhor, ou seja, estamos no nosso pior, que por consequência servirá de
gancho, onde energias no meio externo, que tem a mesma vibração, amplificando,
até que tomemos consciência de que não estamos no nosso melhor.
Na adolescência, no
auge de nossa plenitude física, agíamos muitas vezes movidos pelos hormônios,
descobrindo os relacionamentos afetivos, não tínhamos medos, raramente nós machucávamos,
porque não fazíamos dramas, aceitávamos um rompimento, e já focávamos no
futuro. Estávamos no nosso melhor, apesar de que com o olhar de uma pessoa mais
vivida, sendo irresponsáveis. Aos poucos fomos perdendo a confiança em nós, a
dramatizar os resultados, nós colocando para baixo, gerando modelos de
comportamento (se agir assim, manterei meu relacionamento), se corrompendo,
perdendo a naturalidade, e ficamos covardes no sentido de não sustentar nossa essência,
e ao mesmo tempo, não permitir que a pessoa que está conosco seja ela mesma. A
relação deixa de ser entre pessoas reais, com qualidades e defeitos, mas entre
projeções, onde um não vê mais o outro, mas só a ideia de quem ele deveria ser
para nós fazer feliz, e ficamos magoados quando descobrimos que a pessoa não
corresponde a nossa projeção, e vice-versa, nós também não correspondemos as
expectativas dela. Viver no mundo de projeções, é viver fora da realidade, ou
seja, longe de nosso melhor, que é real e não ideal.
Temos infinitas
ideias do que deveríamos ser, do que já deveríamos ter, de status,
conhecimentos, performances, e negamos o que somos – humanos em
desenvolvimento, com mais coisa para ser aperfeiçoada do que já realizado. Mas
se olharmos para trás, e pudermos ver o quanto evoluímos, podemos perceber a
ação de nosso melhor a cada situação, quais eram nosso valores, o quanto eles
mudaram, o que perdemos no caminho , o quanto nós fragmentamos, e estivermos
dispostos a não jogar nada debaixo do tapete, mas aprendera lidar com cada
coisa que o resultado foi negativo, e se permitir a fazer diferente, até
aprender a fazer de forma melhor, disposto a aprender, mesmo em aspectos que
aparentemente pioramos, como no caso de quem éramos quando adolescentes,
começando a primeira profissão, ainda sem marcas, mas absorvemos o quanto
experienciamos, o quanto nós tomamos mais sábios, sem se entregar ao medo de se
magoar novamente, percebemos que estamos no nosso melhor.
Estamos em nosso
melhor, quando, apesar de tudo que o mundo tende a nós apresentar como sendo
nós, ficamos a nosso favor, não nós punindo pelos enganos, nós aconchegando
quando algo está doendo muito, e assumindo responsabilidade sobre nossos atos –
deu errado, machucou, se desidentificar, avaliar onde falhamos, e se dispor a
mudar...em momento nenhum nós julgarmos, destruindo nossa autoestima, mas
apenas observando a situação – desta forma não deu certo a ação, mas não sou eu
que sou inadequado incapaz, apenas não soube fazer melhor...mas vou aprender,
com certeza, e vou ter melhores resultados.
Mesmo quando
estamos no nosso pior, temos que nós dar nosso melhor. E quando estamos no
nosso melhor, lúcidos com os resultados, par não cair nas armadilhas da
persona, do falso ego, do orgulho, pois neste caso, caímos de volta na negação
da ação do espirito/alma, e entramos em nosso pior.
Ou seja, se estamos
fluindo com o aprendizado desejado pelo espirito, de boa vontade, mesmo que
tudo der errado, as coisas retornam ao fluxo positivo, funcional evolutivo rapidamente,
mas se estamos agindo pela persona, estamos no pior que podemos ser, então por
melhor que pensemos agir, pode resultar tudo negativamente. Se a intenção é de
aprendizado, somos protegidos, mas se for interferir em alguém, em algo de
forma ecoica, mesmo que tenhamos a ilusão que é para o bem da pessoa (e será que
é mesmo, ou é para nosso bem, aquilo que achamos melhor para nós?), nosso próprio
poder se voltará contra nós, pois não temos o direito de interferir no livre arbítrio
alheio.
Só pode ser feliz alguém
que busca sinceramente viver no seu melhor, e mesmo quando por algum fator, com
o qual ainda não lida bem, não tem domínio, tal como as emoções, que cegam
muitas pessoas, terá vários avisos, se estiver atento, não precisando mais de
sofrimentos para despertar, ou seja, estar no melhor exige humildade, que
sempre terá aspectos onde falharemos, teremos mal resultados, mas que isto faz
parte do processo de aprendizagem. Mas para aqueles que entram na soberba,
creem que já dominam certas habilidades, e aceitam ficar na zona de conforto,
também sofrerão a ação de ataque, pois poderiam buscar sempre fazer melhor do
que aquilo que já fazem, podem acrescentar alguma outra habilidade, que crie
mais flexibilidade, funcionalidade na ação.
Estar no nosso melhor
é estar aprendendo a sermos quem somos verdadeiramente, quem nascemos para ser,
centrados em nós, e agindo através de nosso centramento (equilíbrio) no mundo.
Estar no pior é
viver centrado no mundo, negando a própria essência nossa, e negando que os
outros manifestem sua essência próximos a nós.
Estar no melhor é
se permitir a brilhar, se expor como se é, sem mascaras, sem rigidez, mas da
mesma forma permitir que o outro também o faça, e estimula-lo a se sentir bem
sendo quem verdadeiramente é.
No dia que cada um
viver no seu melhor, a Humanidade toda mudará de patamar, pois hoje, ela está
condicionada a só manifestar seu pior, e se justificar, culpando o meio pelo
que manifestamos.
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