Quando encarnamos, recebemos um quantum de energia vital,
que inclui uma serie de potenciais latentes para serem desenvolvidos durante
nossa estada na matéria.
Quando nossa alma foi manifesta, gerando para si, corpos
dimensionais de manifestação, recebeu uma missão – a de se desenvolver, levando
estes potenciais latentes a nível de potencias.
Isto significa, utilizar energias que estão “neutras”, não
reativas, torna-las polares, e aprender a lidar com elas até chegar a seu
domínio.
Potenciais latentes são nossas promessas de assumirmos
Poderes, para tal será necessário realizar trabalho, ou seja movimentar os
potenciais até torna-los fluídicos, funcionais.
Sem o empenho de desenvolver estas energias, nenhum poder
poderá ser adquirido. A energia em movimento na materialidade tem massa, e
recebe atrito, resistência ao seu movimento, ao contrário da energia que está a
velocidade da luz, que por transcender a massa, não encontra resistência, por
nada é “tocada”, mas toca a tudo, pois contém tudo dentro do Todo.
Do ponto de vista do Espirito, ele programa cenários, onde
estes potenciais podem se desenvolver, gera uma alma, uma experiência para que
uma vez concluída com sucesso, receba como poder no retorno.
Para nós, identificados com a experiência humana, sujeitos aos
desígnios evolutivos atribuídos a esta espécie em Gaia, com pouca clareza
dos mecanismos do Espirito, pelo pequeno contato que desenvolvemos com ele, a
inabilidade de utilizar a personagem assumida para ser o agente de
desenvolvimento no processo de individuação da alma ( e não da persona), tendo
que lidar com um aparelho mental limitado, que observa o mundo através de um
foco único, gerado pela ênfase na visão, e com isto perdendo a percepção do
Todo que o cerca, tendo emoções, sentimentos, muitas vezes desagradáveis, dores
psíquicas ou físicas, dificuldade de relacionamento com o meio para ter
atendidas as necessidades humanas, que nós foram dadas para nós obrigar ao
movimento, a realização do trabalho sobre nossos potenciais latentes, a não
adaptação ao caos que existe a nossa volta, que causa uma pressão que nós traz
a sensação de opressão, parece mais que fomos punidos com a expulsão do paraíso
– Nós identificamos com um anjo decaído, e assumimos a marca do pecado
original em nós, geramos a crença em carma, nós sentimos separados do
todo, temos a necessidade de pagarmos uma “divida” para podermos nos
purificar novamente, e sermos reabsorvidos pelo Espirito, encontrando nossa
integridade.
Mas esta “saudade” do lar perdido, da ordem e plenitude que nós
faz buscar a espiritualidade, uma necessidade maior que as básicas que os
demais seres em Gaia também possuem, visa apenas gerar um cenário onde possamos
desenvolver outro tipo de potenciais latentes, diversos deles, e para tal
recebemos um aparelho mental em evolução, mas que para se modificar precisa ser
exercitado, requisitado a miúde, gerando uma mutação, ou seja, sendo levado a
operar além da zona de conforto, de forma continua, de forma a tornar
permanente a mudança.
Os cenários são individuais, relativos, a cada pessoa, em
cada momento de sua vida, mas tende a desenvolver as qualidades reservadas para
a Humanidade, tendo como referência o que aprendemos como sendo o
potencial polarizado como virtudes : diligência( capacidade de guiar energia
funcionalmente), temperança( equilíbrio), humildade ( capacidade de realizar
seu trabalho sem esperar reconhecimento), paciência ( autoconsideração,
caminhar no próprio ritmo), castidade (pureza de sentimentos),
caridade ( forma que se lida com os próprios excessos, sejam espirituais,
emocionais, racionais ou materiais) , magnamidade ( capacidade de brilhar e
iluminar pelo reto pensar, falar, sentir e agir) , e as decorrentes das
mesmas como a tolerância, perseverança, fraternidade, compaixão, empatia...
Mas também
teremos que aprender a utilizar positivamente, a dominar me nós, aquelas
qualidades que estão no outro lado do pendulo polarizado, conhecida como
Pecados: orgulho, gula, ira, luxuria, inveja, avareza, preguiça, e suas
decorrentes.
Os cenários vão
nós sendo apresentados e modificados conforme já tenhamos condições para lidar
com os mesmos, pois nosso Espirito nunca nós dará uma tarefa para a qual não
estejamos qualificados, porém, muitas vezes, quando ele nós apresentou a
proposta de desenvolvermos certa qualidade, passamos ao largo, não nos
empenhamos nela, a mesma poderá ser cobrada, tal como na faculdade certas
matérias, são pré-requisitos para o aprendizados de matérias mais avançadas, e
para avançar teremos que correr atrás do prejuízo e realizar a dependência.
O
desenvolvimento de um potencial latente se faz em diversas etapas, como se
subíssemos uma escadaria. Por exemplo, quando pequenos, os lápis nós foram
apresentados, livros e revistas com textos eram vistos, pessoas liam para nós,
enquanto descobríamos que ler era entrar em um mundo novo, uma aventura e uma
necessidade. Os primeiros dias de aula foram difíceis, mesmo contra nossa
vontade, nossos país nós retiravam da segurança da casa, e nós obrigavam a ir à
escola, ficávamos sobre tutela de uma professora inicialmente estranha, de
colegas desconhecidos, ou seja nós expuseram a um mundo estranho.
Tivemos nossos
medos, parecia que éramos exigidos por uma tarefa muito além de nossas forças e
habilidades. Alguns destes medos foram vencidos, mas muitos ficaram
inconscientizados, e nós limitam até hoje, já adultos. Mas no fim, aprendemos a
escrever, a fazer cálculos, a desenhar até certo nível de habilidade. Por anos
fomos expostos a novos conhecimentos e exigências, até que de certa forma, já
pudéssemos ler e escrever com certa maestria, bem diferente da dificuldade
inicial de juntarmos letras em palavras. Aparentemente já dominamos a arte da
escrita, lidamos bem com ela, (mas domínio que pode ser melhorado a cada dia,
ao usarmos gramatica, técnicas de redação, etc.).
Da mesma forma,
no primeiro dia que sentamos no volante de um carro, toda nossa inabilidade em
lidar com um veículo veio à tona, e nosso medo entrava em oposição com a nossa
vontade em aprender a guiar o carro, e conquistarmos nossa liberdade de ir e
vir de forma mais fácil, rápida, confortável. Mesmo depois de tirar a
habilitação, aprovados, ainda lidávamos com a direção, errávamos muito, alguns
acidentes ocorreram, pois guiávamos com base no aparelho mental, até que aos
poucos nosso domínio se tornou automático, e passamos a guiar a nível de
subconsciente, e a melhor resposta a cada situação aflorava além de nossa
mente, tão rápida, que nem dá tempo de pensar, o domínio se tornou instintivo e
perfeito. Já não mais lidamos com a direção, com o guiar, mas dominamos a arte
de guiar, naquele veículo, ou seja, como em química se diria, nas condições
normais de temperatura e pressão – apenas se mudamos alguma das condições, tal
como a troca de carro, voltamos a lidar com a mente, adaptamos nossos
condicionamentos e voltamos a dominar as novas condições.
Vejamos um
artista, um pintor, mesmo que ele tenha o dom, um potencial desenvolvido em
outra vida, o mesmo só surgirá após que nesta vida, aprenda a desenhar com lápis,
colorir, regras básicas do desenho, para depois aprender a usar todas técnicas
e recursos existentes, se submetendo a condução de um ou vários facilitadores,
e irá repetir exercícios até saber lidar bem com cada forma de traçado, sua
mente já tiver tornado o uso do material subconsciente, a aos poucos irá
impregnar sua personalidade na arte, dando sua expressão individual, seu gênio
nela, ou seja, pode subverter a técnica. Da mesma forma um musico, que após
aprender ler e tocar um instrumento, não se contenta, e exige de si mesmo, cada
vez mais domínio da sua arte, dedicando horas a corrigir tons, que outras
pessoas não percebem como falhas.
Mas porque a maioria de nós não se dedica a se desenvolver,
a colocar esforço em algo que queremos atingir?
Colocamos uma missão à nossa frente, um objetivo, um sonho,
mas tendemos a esperar que alguém o traga até nós, como um presente de Deus,
sem esforço, sem dedicação...como uma criança que acha que os pais têm por
obrigação lhe suprir suas necessidades e seus mimos.
Com certeza, se tivermos uma necessidade real de um recurso
que eu leve a evoluir, a desenvolver um potencial, e estivermos empenhados em fazê-lo,
nosso Espirito nós suprirá das respostas, da guiança, abrirá caminhos. Mas
apenas se estivermos alinhados em nosso querer verdadeiro com o querer de nossa
alma e espirito. Se for desejo da persona, uma cisma, um mimo, que
nós mantiver na zona de conforto, o Espirito não só nós recusará, como exigirá
que mudemos de caminho, mudando nosso cenário. Toda vez que caminhos se fecham
para nós, pessoas saem ou são retiradas de nossa vida, é porque o potencial a
ser desenvolvido nesta situação, da forma que este cenário permitia, já foi
realizado, ou porque a presença desta está nos atrasando, pois estamos fugindo
de desenvolver algum potencial necessário, que será fundamental para o que vem
a seguir.
Nosso Espirito não tem a intenção de nós magoar, mas
como diretor de nossa encarnação, toma decisões, que por não as compreendermos
como positivas, nós revolta, magoa, fere as vezes ao ponto de perdermos a
vontade de viver, pois a alma não está conseguindo se expressar, está limitada
por nossa persona, por nossas crenças, condicionamentos, ilusões sobre quem somos(autoimagem),
e o que deveríamos estar sendo (imagem social) em conflito com o que somos em
Essência.
Muitas vezes encarnamos com a alma com determinados
potenciais a serem desenvolvidos com dons a serem manifestados, mas nosso
Espirito deseja desenvolver outros potenciais que mais tarde irão se somar aos
que já possui.
Nestes casos, uma alma frágil, sensível, terna, amorosa, ou
seja, salina, pode receber como cenário de vida, um ambiente hostil, totalmente
inadequado a uma alma com estes dons, apenas para aprender a lidar com força,
firmeza, foco, disciplina, iniciativa, realização, mesmo que este cenário magoe
muito a esta alma, mas ao mesmo tempo, a supre com um apoio, um instinto de
sobrevivência, que a conduza durante o tsunami...
Da mesma forma, uma alma que conhece bem o realizar em um
mundo caótico, ser firme, ter posse em si mesmo, capaz de ser um trator que
passa por qualquer um que fique no seu caminho, personalidade sulfúrica, será
colocada em um cenário onde será exigido dele o desenvolvimento da habilidades
salinas, ser mais fraterno, tolerante, ter paciência com o ritmo alheio,
empático, colocar a amorosidade a frente do objetivo, aprender a respeitar as
limitações do outro, e ajudá-lo a se encontrar e desenvolver .
Ou se tivermos uma pessoa que adora o mundo das ideias, usa
sua imaginação para visualizar hipóteses , seu aparelho mental para viver no
mundo racional, objetivo, aéreas, ou seja mercuriais, pode receber para viver
um cenário, onde desenvolva as qualidades de oposição, ou seja sulfúricas, ou
por evitarem de todas as formas de se sentir, a ponto de se tornarem
indiferentes, insensíveis em todos os aspectos, sem conexão com as próprias
percepções sensoriais, será jogada em determinado momento, a experiência
salina.
E não adianta dizer que já domina alguns certos potenciais,
sempre estaremos sendo convidados a aperfeiçoar este domínio, sendo expostos a
outros cenários, ou a aprender a lidar com potencias novos, que servirão de
tempero, de dosadores daqueles com que já lidamos. Nossa base, nossos dons,
habilidades desenvolvidas servem de ponto de equilíbrio, de centro, mas nunca
poderão ser pontos de enrijecimento, pois a adaptação, a evolução e a mutação
funcional são princípios que nós regem.
Viver em um cenário não adequado aos dons que a alma traz
consigo, para desenvolver potenciais latentes inexplorados, ter que confrontar
com sua inadequação, incapacidade de adaptação com o meio, a fará sofrer, pois
será exigida uma mutação no seu modo se der, ou seja, uma evolução. E isto
causará um sofrimento enorme, devido a nossa resistência a sair da zona de
conforto, e a preguiça de nós dedicarmos a desenvolver estes potenciais, nossa
ignorância daquilo que nosso Espirito deseja de nós, a falta de clareza sobre
nós mesmos.
Mas a dor irá diminuir quando aceitarmos e compreendermos
que nosso espirito é funcional, não desperdiça energia, que tudo que faz com
que vivenciemos visa sua evolução, e buscarmos a cada situação perceber que
qualidades estamos sendo levados a desenvolver…e abrirmos mão do controle da
persona, nós deixarmos ser conduzidos por nosso Espirito, nós segurando,
apoiando e aconchegando nele.
Não viemos para cá desenvolver habilidades junto a
materialidade, mas esta serve de escola, de indicadora. Uma pessoa auto
realizada internamente, irá realizar no mundo externo.
Viemos para trabalhar na materialidade nossa capacidade de
realização, de ter sucesso, em alguma área...e em outras áreas teremos fluxo
fácil, pois são nosso ponto de equilíbrio, de ancoragem.
Viemos aprender a sermos Humanos e realizarmos todos
potencias humanos, para depois transcende-los, ou seja, nenhum potencial poderá
ficar sem ser trabalhado.
Mas ter sucesso é desenvolver um poder, ou melhor, muitos.
Da mesma forma que demoramos para aprender a escrever, guiar, a desenvolver
nossa arte, pois tivemos que a cada passo lidar com fracassos, com obstáculos,
barreiras aparentemente intransponíveis para a mente, mas não lembramos do
caminho realizado, de nossos medos, dos assentamentos que fizemos no percurso,
e só ficou a habilidade, o potencial desenvolvido, ou seja, adquirimos poder.
Mas tememos o sucesso, apesar de o desejarmos muito, nós nos
sabotamos, pois muitos medos internos, muitas crenças nós foram apresentadas e
assumimos como verdadeiras.
Na primeira dificuldade assumimos nossa incapacidade como verdade
absoluta, e não apenas como um desafio- se ainda não sei fazer certo, posso
aprender.
A gente desiste de nós mesmos muito rápido, nosso querer não
tem apoio, nem fundamentação, não queremos usar energia para nós envolvermos,
nós comprometermos com um objetivo.
Temos um medo absurdo do fracasso, e já condenamo-nos ao
mesmo, afinal pelo princípio da afinidade vibratório, aquilo que mais tememos,
já existe em nós, já é real e apenas não temos a coragem de confrontar. Assim
como o desejo pelo potencial, também já existe em nós, e ele tem certa urgência
em ser desenvolvido, gerando uma tensão...o espirito, a alma, exige que
comecemos a lidar com este potencial, nossa persona, defendida pelo
orgulho, pela vaidade, se nega a possibilidade do fracasso: O que os outros vão
pensar de mim, se não fizer bonito? Quantos de nós não se tornaram pintores,
músicos, por vergonha de expor o resultado de sua arte ao mundo. Outros
bloqueiam sua sensibilidade, sua capacidade de intuição, porque tem medo de
afirmar que sente, percebe coisas que para os demais é digno de internação. E
negam o desenvolvimento de seu sexto sentido, de ouvir sal própria alma, seu
espirito, os amigos espirituais...nem começam um esforço para algo porque tem
medo do fracasso.
Tem vergonha de dizer a si mesmo: fracassei mesmo, desta
forma não deu certo...de deixar correr as lagrimas provenientes da visita da
verdade que a alma sinaliza, de deixar a persona confrontar a realidade de
frente, sem falsas vaidades...e para se proteger, ou nem tentamos, ou ficamos
na dependência de alguém, esperando que este faça por nós a conquista, mas o
resultado é o mesmo: Ficamos paralisados.
Quem querer aprender a ter o Poder de Realização, de ter
Sucesso, de se expor, de Ser invulnerável às críticas, o poder de não ser mais
magoável (nem pela própria autoimagem distorcida), vai ter que aprender que no
caminho terá que encarar muitos fracassos, até aprender a lidar funcionalmente
com o potencial latente, a ponto de domínio.
E que cada potencial não se desenvolve de forma linear, mas
em espiral. Podemos ter o objetivo de termos sucesso em determinada área, uma
missão a realizar, e focamos nela.
Mas assim como ao visualizarmos em uma montanha nosso
objetivo, não adianta subi-la de modo intempestivo, correndo, pois podemos até
ter folego para alcançar o topo, mas teremos perdido toda a experiência da
subida do caminho, ou no seu desenvolver de inúmeros potenciais latentes
esperavam para ser desenvolvidos. Um alpinista não se inicia já subindo o
Everest, mas irá fazer escaladas em paredes, presos a cabos de segurança, com
um orientador a seus pés, depois irá subir montanhas cada vez mais complexas,
até dominar a arte da escalada e estar pronto para um desafio de projeção como
o Everest.
Triste daquele que sonha com o topo da montanha de uma arte,
mas teme dar o primeiro passo no desenvolver-se com medo do fracasso, pois este
é a companhia constante dos aprendizes, a dor de não dar certo, de deixar de
teimar em fazer algo do seu jeito, de precisar se adaptar de forma tão rápida e
eficiente que só quando a arte já se encontra entregue à alma, ao subconsciente
sob gerenciamento do Espirito ( e não da persona), a coragem de assumir sua
verdadeira essência, realiza-la, mas mesmo estando nela, saber se adaptar as
exigências do cenário, campo de desenvolvimento, única e exclusivamente.
Se você acha que já domina certo potencial, mas ele não te
consegue fazer feliz, é porque existe um convide por detrás, desenvolver
em si a capacidade de usar os potenciais para se fazer feliz, e aprendendo a
ser feliz, poder irradiar felicidade a sua volta, e fazer outras pessoas
felizes, ao invés de irradiar seus medos e sua infelicidade para sobre os
ombros alheios, colocando sobre eles a responsabilidade de nós fazer felizes.
Ninguém tem a capacidade de fazer outrem feliz ou infeliz,
apenas nós mesmos temos este poder, e é um poder de escolha - se fazer
feliz ou se fazer infeliz.
Se não se está feliz, é hora de trabalhar todos potencias
latentes até se tornar feliz...e o primeiro passo é perder o medo, a vergonha
se fracassar no intento, e nunca se abandonar, sempre se apoiando, com
autoconsideração, paciência, empatia e tolerância consigo mesmo.
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