sexta-feira, 8 de junho de 2018

Autoamor

 
Falamos muito em salvar a Humanidade, em mover o mundo para um melhor estado, mas a maioria de nós tem serias restrições ao Ser Humano, está decepcionado com ele. Mas esquecemos que nós somos humanos, e só estamos projetando fora aquilo que nós fere dentro.
Não temos a capacidade de amar a humanidade, porque rejeitamos a humanidade em nós, nós recusamos a perceber que estamos neste planeta exatamente para realizar esta experiência- a de ser humano, um ser que nasce para aprender de tudo, pela lei de Gaia, pela tentativa e erro, até que no momento que aprendemos a fazer algo, possamos passar para a próxima lição, então o engano faz parte do jogo, e não existe pecado em errar ( mas persistir é burrice), em não sermos perfeitos, em demorarmos para desenvolver certas habilidades, termos medo de encarar nossos sentimentos, pois a maioria ainda não foi educado, ainda estando no patamar primitivo do animal....
Mas queremos nos comparar a Deus, sermos perfeitos, sábios, guias dos outros ( se nem vemos nosso próprio caminho com clareza), queremos mudar o mundo, pois ele não se ajusta a imagem de Humanidade que desejamos...
Porém não queremos encarar nossa própria humanidade, e desenvolver em nós a habilidade de se aperfeiçoar, de melhorar um pouco a cada dia, educarmos nossas emoções primitivas até a verdadeira fraternidade que gera a liberdade....
Que tal começarmos a amar Primeiro a Humanidade em nós, aceitarmos que ainda somos um barro mole, que nosso Espirito esta moldando, e nós permitirmos sermos moldados pelo Ego Verdadeiro, filho amado da Alma- amor e do pai- atitude, pois este é o único capaz de curar nossa criança ferida interna, seu irmão mais novo e inexperiente...
Somente no dia que tivermos curado nossa visão a respeito de nós mesmos, passarmos a amar o Humano em nós, na sua experiência de criança saudável descobrindo a aventura da vida, poderemos amar e curar o mundo externo.
Você é capaz de aceitar e amar o Humano em você????
Disto não podemos fugir - o sermos humanos, enquanto tivermos neste planeta....

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Busca na Espiritualidade


Buscamos nossa liberdade, e para isto nos movemos da extrema dependência do bebe, para uma cada vez maior independência do adulto, com sabedoria, confiança e plenitude.

Mas tendemos a cair na polarização, e buscar a independência de forma radical, como se fosse vergonhoso ter coisas das quais precisamos de alguém, como se fosse possível, neste mundo de infinitas possibilidades termos maestria em tudo. Nunca a teremos, porque a necessidade tem a função positiva de nos fazer buscar relações, o que não significa relacionamentos. Na relação, existe o caminho de dupla troca, equânime, enquanto na maioria das relações, existe um doador e um receptor compulsivos, e um desequilíbrio de fluxo, um dá mais que recebe, onde um dá o seu melhor recebe em troca o pior do outro, e tem que suportar em nome da conservação da relação, pois depende do outro para preencher alguma carência. Para quem busca o despertar de si mesmo, a busca da liberdade não deve passar por esta pretensão de não depender de ninguém, mas o equilíbrio da relação, onde damos nosso melhor ao outro e recebemos dele seu melhor, um complementando a fragilidade daquele com quem mantém uma relação. Equilíbrio força-fragilidade, ambos se apoiando, caminhando lado a lado, onde nenhum é fardo para o outro. Então o caminho, não é da dependência da criatura para a independência arrogante, pretenciosa, onde temos os 2 aspectos em nós, e um submete ao outro alternadamente, gerando uma bipolaridade pendular, que em estados avançados pode se tornar um transtorno obsessivo compulsivo, ou depressivo-eufórico.

A cada dia, podemos buscar para nos tornarmos mais livres, estarmos lúcidos, de cada atitude nossa, de sua motivação mais profunda, do que sentimos ao realiza-la e ao obter as consequências decorrentes, se o prazer nasce de uma vingança, de submeter ao outro, de forma egoica, ou vem, do centro do peito, que se expande e fica feliz, nutrido, em bem-estar.

A Busca diária não é por informações, por domínio do meio externo, pois só existe a ilusão de segurança no controlar tudo e a todos, e se alguma coisa sai do esperado, gera raiva, insegurança, indignação, ou seja, negativa o que sente.

A busca é de:

Autoconsciência (se conhecer nos mínimos detalhes, e o porquê atrás de cada pensar, sentir, etc.)

Autossuficiência (se aceitar e se amar assim como se é, ser suficiente a si mesmo, curando assim a carência do preenchimento pelo mundo externo, que joga as pessoas em relacionamentos destrutivos, buscando substitutos que lhe deem algo que sua criança ferida interior, não lhes foi suprida na formação do ego, ou seja parar de projetar suas necessidades como responsabilidades, alheias, e assumir estratégias de comportamento para obter o suprimento de algo que não nos damos internamento.)

Auto sustentabilidade (ser capaz de administrar o que produz bem, e realizar trocas com o meio exterior, para se sustentar, não só no aspecto econômico, mas principalmente no emocional, sustentando as escolhas, feitas de forma cada vez mais lucidas, sem se punir, culpar ou ressentir.

Autoestima Justa, e verdadeira (ou seja, ser humilde, se dar o exato valor, não se comparando com ninguém, nem se diminuindo perante alguém mais capaz em certa habilidade, nem menosprezando alguém que tenha dificuldade, onde temos facilidades, e pelo contrário, termos o prazer de ser útil, o prazer de sermos quem somos e deixar-nos fluir).

Auto coerência (agirmos de acordo com nossos valores, sendo leais a nós mesmos, e não plásticos conforme o ambiente, aceitando levar vantagem só porque existe corrupção, se corrompendo (novamente em todos os aspectos, não só o financeiro), pois agir diferentemente daquilo que pregamos, gera auto degeneração).

Autossatisfação (ser capaz de se sentir pleno, preenchido por uma ação sua, sem precisar de um retorno exterior, seja por reconhecimento, de valorização, de validação).

Auto positividade (capacidade de se manter positivo em qualquer situação, ter fé plena, que aconteça o que acontecer, nós daremos nosso melhor, e que se cairmos, levantaremos sem chorar, sem autopunição, sem desejar vingança, destruir e achar algum culpado pela nossa queda).

Auto resiliência (saber se dar sempre o melhor, e buscar desenvolver habilidades, aprendizados, mesmo quando o mundo parece cair a nossos pés, a realidade esteja desmoronando, termos a certeza que nós não desmoronaremos, e sairemos bem do desafio, mais fortes, mais capazes, hábeis, ou seja, na queda e na perda, sempre ganhamos algo de muito positivo).

Ou como pode se perceber, nosso foco deve estar em desenvolvermos aspectos positivantes dentro de nós, de modo lucido, e não egoico, e a cada dia amplificarmos em algo, em cada uma destas qualidades, levando-as de potenciais latentes, adormecidos à maestria, a habilidades despertas e funcionais...

O alquimista é uma pessoa capaz de observar a Natureza e aprender com ela, e a usa-la de forma funcional e positiva.

Pois aquele que não observa a si mesmo, não é o próprio objeto de observação, no seu labor-oratório interno, nunca será um bom observador da Natureza exterior, pois não sabe onde está, onde mora, e como mora, e sua percepção estará contaminada pela sua ignorância sobre si mesmo.

E quem não sabe onde mora, não saberá que caminho fazer que o conduza a seu destino.

Se as pessoas comuns só utilizam cerca de 3-5% de sua capacidade de forma consciente, ficando então 97-95% para a ação inconsciente, cabe ao alquimista, amplificar cada vez mais seu grau de auto consciência para bem gerenciar sua atuação no mundo tanto interior, como exterior,  já que o alquimista, como observador, residindo no Ser Eterno, não é nada ligado a uma identificação com forma, localização espaço-temporal, nem possui apegos, pois sabe que tudo que se observa vivendo é transitório e passageiro, e que ele só levará do que vive, esta consciência que ele trabalhou para amplificar durante a experiência como Luz Lentificada pela materialidade, para estudo e autodesenvolvimento. Nada exterior, será levado, nem mesmo o corpo, um único grão de areia, então nada disto tem valor, nem a coletânea de informações não transmutadas em vivencia própria que teimamos em crer que é sabedoria, mas está limitado ao corpo físico, não apropriadas pela Centelha Divina em nós, e desaparecerá com o mesmo....

Buscar controlar o mundo externo é ilusório, e cansativo, como um cão que corre atrás do rabo, se exaure, mas sem sair do lugar, e de repente cai cansado, sem forças para viver (depressão-euforia).

Amplificar o campo de Domínio de Potenciais (e não controle) consciênciais, nasce de dentro para fora, e não é algo que acontece como um milagre, uma graça divina, resultado da facilitação de alguém, mas do trabalho de auto-observação autogestão a cada momento presente, na Presença, ou seja, de autoconscientização.

 

Entrada no Templo


Ao se desejar ser recebido na antecâmara do templo, toda tradição iniciativa nós pede que sejamos despidos das coisas do mundo profano, tanto que em algumas em algumas, até o cabelo é cortado, para demonstrar o despir da vaidade, do orgulho e mesmo da identidade que até então acreditava ver refletida no espelho. Mas o que é despir-se?
As roupas são apenas um símbolo do se apresentar sem mascaras, sem o falso ego e todos seus pertences, as energias mal qualificadas decorrentes das ações mundanas.
Entre eles estão os pecados capitais e seus filhos, a negatividade no pensar e agir, as oitavas mais baixas de cada elemento representado pelo desafios do mapa natal, sobre os quais foi realizado um árduo trabalho de transmutação de cada partícula de chumbo toxico, cada entidade de veneno que existe em seu Ser, em material nobre como habilidades, capacitações, ou seja,  possamos nos apresentar a porta do templo despidos sem nenhum motivo de vergonha ou culpa, sem nenhum ressentimento ou desejo de vingança nos mantendo presos ao mundano.
O Templo ê espaço sagrado, onde habita a Divindade em nós, e neste espaço sagrado, nosso laboratório, nada que o profane deve entrar, e como nele nada haverá de profano, dele nada poderá sair algo que profane seu exterior. Isto significa o zelo ao ditado: Não é tanto o que entra em sua boca que deves cuidar, mas o que dela sai, pois se sai veneno, é porque o carregas consigo.
Mas como entrar no Templo, com o veneno na sua forma de pensar, sentir e agir, sem profanar o templo mais sagrado, o de Teu coração? Na tradição egípcia o morto se apresenta a Anúbis e Maat para ter seu coração pesado e se for mais pesado que a pena, retorna ao inferno do ciclo de Sansara, dos renascimentos. Mas se for mais leve que a pena, se torna livre.
Entrar no Templo é se apresentar à Verdade e a Justiça divina, despido de artimanhas, de enganos. O último véu a ser despido é a carga acumulada do caminhar mundano, nosso corpo encharcado de dor, profanado, ferido, chagas vivas decorrentes do atrito com as emoções, como orgulho ferido, magoas, rancores, frustações, fracassos, refeições, traições, ingratidão, não só recebidas como sentidas, voltadas a outros ou a mais danosa, voltada contra si mesmo.
Se apresentar despido de emoções mundanas e suas marcas que tanto nos envergonham, requer todo um processo de purificação interior.

Entregar nossas folhas, arrancadas, enquanto como plantas, sentimos a remoção de cada uma delas como agressões, nossos fragmentos de alma feridos, apartados de nós, cindidos pela maceração do atrito vivido em cada situação que causou danos, expondo nosso íntimo, à ação do espirito volatilizante, e recolhidas a um frasco, hermético, nossas dores, são, em noite de Lua cheia, entregues à ação telúrica magnética e purificadora, nossa nutriz e receptáculo para que entreguem sua experiência ao Espirito Terreno, entrando em putrefação e fermentação, e posteriormente se expondo a separação, do denso do sutil, à calcinação do que era grosseiro para dele obter o sal, que purificado nas demais operações alquímicas interiores que são os degraus de subida à portado Templo, reencontra com seu Espirito , e agora já purificado de todas impurezas decorrentes do viver mundano, pode ser reintegrado, para aquele que se apresente à porta, estando pronto a nela bater, e seja digno de se for aberta, pois mesma se abre de dentro para fora, de nossa Centelha Divina, nosso Alquimista Mestre Interior,  para receber seu discípulo, enviado ao Mundo para colher experiências, e para amadurecer enquanto Ser, provado quanto as suas intenções, pelas tentações mundanas, mas que se retornou a Porta do Templo e pede para ser recebido, já deixou para trás todas ilusões de ser poderoso para dominar ao mundo, demonstrando que o mundo não mais o tenta, e que seu pedido de retorno à Casa do Pai, é sincero, e está maduro para seguir o caminho, agora dentro do Templo, no contato com o mundo sagrado, tendo como facilitador e condutor, a centelha divina que agora passa a morar em seu peito, dele não mais se apartando.

O ego, ferramenta gerada para lidar com o mundo exterior, fica pendurado a porta, e a partir deste momento, só é vestida para se retornar ao mundo, pois descer a ele despido, não será bem aceito, e convém se portar como igual no mesmo, para passar discreto e silencioso pelo mundo, sendo reconhecido e recebido apenas por seus iguais, por almas...

Quem penetra o Templo, já purificada e Integra, é a Alma, que recebe instruções da centelha, e desta chega  as operações, tarefas que o Divino deseja que sejam executadas pela Alma, na Grande Obra Divina e como mensageira retorna ao mundo construindo esta obra, com o rosto coberto, anônimo, pois age sob o comando divino, e dos resultados destas ações não se vangloria, pois foi apenas canal, instrumento....apenas observa e aprende, catalisa processos, mas não é sua causa primeira, apesar de para os mundanos parecer que foi o causador, já se tornou imune a elogios e críticas,  o ego mundano não mais se infla.

Longa é a jornada para se apresentar a porta do templo, muitas são as distrações que desviam nosso olhar do mesmo, encarnações seguidas perdidas no mundo do sofrimento, até que exaustos, entendamos o quão vazio fica nosso peito com as glorias mundanas. Na polarização, quanto maior a exaltação do mundo, mais o vazio se torna escuro em nosso interior.

Mas quanto mais nós esvaziamos das coisas do mundo, mais iluminada se torna nossa alma, até que lá se digne a retornar para casa, como filha prodiga. Pois sim, é a alma, o anjo decaído, expulso do paraíso, que tanto se feriu, fragmentou, que decide subir aporta do Templo, pois ela tem lembranças do que é viver no mesmo, ser recebida pelo Olhar Divino e pedir-Lhe Sua Benção, e A Receber...

E para  alma, poder se apresentar a Porta do Templo, levando consigo seu corpo, sua Vontade enquanto encarnada, de abrir mão das glorias mundanas e passageiras, para se render a Gloria divina em si, se tornar a morada de Deus em Ação, de forma que transcende tempo-espaço-materialidade, ou seja, se libertar do ciclo se sofrimentos da vida sem alma, mesmo que opte para continuar reencarnada e reencarnando, para seu partir de agora, seu aprendizado se faça pelo amor inteligente, ou inteligência amorosa, e por ter se curado de toda dor mundana, se torna um remédio catalizador da cura do Mundo. Então se tornar portador da sabedoria da pedra filosofal, da luz, porque aprendeu a acender e sustentar a própria luz, não importa onde esteja....

Passa a estar no mundo, viver no mundo, mas não mais pertence o mundo, pois o transcendeu...não mais é afetado por ele, mas pode afeta-lo, como canal D’Ele.