domingo, 24 de abril de 2011

Reflexão de Pascoa

Na Páscoa comemora-se na figura de Jesus a redenção de todos os pecados do Ser, a transmutação da dor em renascimento.
Jesus foi um grande iniciado dos mistérios e um mestre que demonstrou o caminho, para que pudéssemos segui-lo.
Mas se ate ele necessitou passar pelo fenômeno da morte, ser sepultado, descer as profundezas do inferno, apelou para que toda sua força e capacidades do seu estado de Ser espiritual para enfrentar a dor, e obteve a vitoria sobre si mesmo, sobre sua parte física.
Ao iniciar sua missão, foi ao deserto, e mesmo no enfraquecimento do corpo físico pelo jejum e clima, que era preparado para outro momento, enfrentou os demônios, na figura de Lúcifer.
Enfrentou mais uma vez a maldade, a ira, as próprias dores psicoemocionais e apenas pelo conhecimento em seu próprio conhecimento invisível, pela sua fé na pureza interna, que transcende a própria dualidade humana, entre bem e mal.
Eis o verdadeiro conflito do guerreiro, entre o consciente, de inconsciente que geram tensões magnéticas que repercutem em cada átomo do nosso ser. Apenas na transcendência, na Assumpção de nossa parte supra consciente, estas tensões deixarão de existir, de conflitantes se tornando harmônicas.
E apenas naqueles que estas tensões entram em equilíbrio, que vence ao aceitar as próprias fraquezas, o desprezo por si mesmo manifesto por uma sensação de inadequação, das duvidas, dos medos, e renasce como um novo ser, onde trabalham em conjunto, consciente, inconsciente e supra consciente.
Neste estado de harmonia, os demônios dos enganos do passado, sobem pela via cruxis do amor divino, se depurando pela compreensão, e aos descerem da cruz, o corpo perde suas tensões carmicas deletérias, e é permitido ao espírito renascer em matéria, tão pura quanto ele. E na ressurreição se inicia uma nova fase evolutiva, dirigida pelo amor, pela pureza, pela compreensão, pela organização, onde o passado e o próprio caos do meio perdem o poder sobre nós.
Se descer ao inferno, e confrontar, não no duelo, mas na redenção, as dualidades, medos, preocupações, que causam a fragmentação do ser, assim como os dogmas, desapegarmos de nossos paradigmas que nos limitam, nós tornamos livres para que na força do orixá Ogum, na sua benção, já mais ordenados e coerentes, iniciamos um novo caminho, dentro de nós irradia-se a fé, em nosso próprio espírito que se torna então manifesto.

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