Buscamos nossa
liberdade, e para isto nos movemos da extrema dependência do bebe, para uma
cada vez maior independência do adulto, com sabedoria, confiança e plenitude.
Mas tendemos a cair na polarização, e buscar a independência de forma
radical, como se fosse vergonhoso ter coisas das quais precisamos de alguém,
como se fosse possível, neste mundo de infinitas possibilidades termos maestria
em tudo. Nunca a teremos, porque a necessidade tem a função positiva de nos
fazer buscar relações, o que não significa relacionamentos. Na relação, existe
o caminho de dupla troca, equânime, enquanto na maioria das relações, existe um
doador e um receptor compulsivos, e um desequilíbrio de fluxo, um dá mais que
recebe, onde um dá o seu melhor recebe em troca o pior do outro, e tem que
suportar em nome da conservação da relação, pois depende do outro para
preencher alguma carência. Para quem busca o despertar de si mesmo, a busca da
liberdade não deve passar por esta pretensão de não depender de ninguém, mas o
equilíbrio da relação, onde damos nosso melhor ao outro e recebemos dele seu
melhor, um complementando a fragilidade daquele com quem mantém uma relação. Equilíbrio força-fragilidade, ambos se
apoiando, caminhando lado a lado, onde nenhum é fardo para o outro. Então o
caminho, não é da dependência da criatura para a independência arrogante,
pretenciosa, onde temos os 2 aspectos em nós, e um submete ao outro
alternadamente, gerando uma bipolaridade pendular, que em estados avançados
pode se tornar um transtorno obsessivo compulsivo, ou depressivo-eufórico.
A cada dia, podemos buscar
para nos tornarmos mais livres, estarmos lúcidos, de cada atitude nossa, de sua
motivação mais profunda, do que sentimos ao realiza-la e ao obter as
consequências decorrentes, se o prazer nasce de uma vingança, de submeter ao
outro, de forma egoica, ou vem, do centro do peito, que se expande e fica
feliz, nutrido, em bem-estar.
A Busca diária não é por
informações, por domínio do meio externo, pois só existe a ilusão de segurança
no controlar tudo e a todos, e se alguma coisa sai do esperado, gera raiva,
insegurança, indignação, ou seja, negativa o que sente.
A busca é de:
Autoconsciência (se conhecer nos mínimos detalhes, e o
porquê atrás de cada pensar, sentir, etc.)
Autossuficiência (se aceitar e se amar assim como se é,
ser suficiente a si mesmo, curando assim a carência do preenchimento pelo mundo
externo, que joga as pessoas em relacionamentos destrutivos, buscando
substitutos que lhe deem algo que sua criança ferida interior, não lhes foi
suprida na formação do ego, ou seja parar de projetar suas necessidades como
responsabilidades, alheias, e assumir estratégias de comportamento para obter o
suprimento de algo que não nos damos internamento.)
Auto
sustentabilidade (ser capaz
de administrar o que produz bem, e realizar trocas com o meio exterior, para se
sustentar, não só no aspecto econômico, mas principalmente no emocional,
sustentando as escolhas, feitas de forma cada vez mais lucidas, sem se punir,
culpar ou ressentir.
Autoestima
Justa, e verdadeira (ou
seja, ser humilde, se dar o exato valor, não se comparando com ninguém, nem se
diminuindo perante alguém mais capaz em certa habilidade, nem menosprezando
alguém que tenha dificuldade, onde temos facilidades, e pelo contrário, termos
o prazer de ser útil, o prazer de sermos quem somos e deixar-nos fluir).
Auto coerência (agirmos de acordo com nossos valores,
sendo leais a nós mesmos, e não plásticos conforme o ambiente, aceitando levar
vantagem só porque existe corrupção, se corrompendo (novamente em todos os
aspectos, não só o financeiro), pois agir diferentemente daquilo que pregamos,
gera auto degeneração).
Autossatisfação (ser capaz de se sentir pleno,
preenchido por uma ação sua, sem precisar de um retorno exterior, seja por
reconhecimento, de valorização, de validação).
Auto
positividade (capacidade de
se manter positivo em qualquer situação, ter fé plena, que aconteça o que acontecer,
nós daremos nosso melhor, e que se cairmos, levantaremos sem chorar, sem
autopunição, sem desejar vingança, destruir e achar algum culpado pela nossa
queda).
Auto resiliência (saber se dar sempre o melhor, e buscar
desenvolver habilidades, aprendizados, mesmo quando o mundo parece cair a
nossos pés, a realidade esteja desmoronando, termos a certeza que nós não
desmoronaremos, e sairemos bem do desafio, mais fortes, mais capazes, hábeis,
ou seja, na queda e na perda, sempre ganhamos algo de muito positivo).
Ou como pode se perceber,
nosso foco deve estar em desenvolvermos aspectos positivantes dentro de nós, de
modo lucido, e não egoico, e a cada dia amplificarmos em algo, em cada uma
destas qualidades, levando-as de potenciais latentes, adormecidos à maestria, a
habilidades despertas e funcionais...
O alquimista é uma pessoa
capaz de observar a Natureza e aprender com ela, e a usa-la de forma funcional
e positiva.
Pois aquele que não
observa a si mesmo, não é o próprio objeto de observação, no seu labor-oratório
interno, nunca será um bom observador da Natureza exterior, pois não sabe onde
está, onde mora, e como mora, e sua percepção estará contaminada pela sua
ignorância sobre si mesmo.
E quem não sabe onde mora,
não saberá que caminho fazer que o conduza a seu destino.
Se as pessoas comuns só
utilizam cerca de 3-5% de sua capacidade de forma consciente, ficando então
97-95% para a ação inconsciente, cabe ao alquimista, amplificar cada vez mais
seu grau de auto consciência para bem gerenciar sua atuação no mundo tanto
interior, como exterior, já que o
alquimista, como observador, residindo no Ser Eterno, não é nada ligado a uma
identificação com forma, localização espaço-temporal, nem possui apegos, pois
sabe que tudo que se observa vivendo é transitório e passageiro, e que ele só
levará do que vive, esta consciência que ele trabalhou para amplificar durante
a experiência como Luz Lentificada pela materialidade, para estudo e
autodesenvolvimento. Nada exterior, será levado, nem mesmo o corpo, um único
grão de areia, então nada disto tem valor, nem a coletânea de informações não
transmutadas em vivencia própria que teimamos em crer que é sabedoria, mas está
limitado ao corpo físico, não apropriadas pela Centelha Divina em nós, e
desaparecerá com o mesmo....
Buscar controlar o mundo
externo é ilusório, e cansativo, como um cão que corre atrás do rabo, se
exaure, mas sem sair do lugar, e de repente cai cansado, sem forças para viver
(depressão-euforia).
Amplificar o campo de
Domínio de Potenciais (e não controle) consciênciais, nasce de dentro para
fora, e não é algo que acontece como um milagre, uma graça divina, resultado da
facilitação de alguém, mas do trabalho de auto-observação autogestão a cada
momento presente, na Presença, ou seja, de autoconscientização.
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