quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Papel da Alma no Caminho do Coração- Parte II

Existem várias maneiras de trilhar o mesmo caminho, o de retorno ao centro, a reconexão com a alma, nossa matriz geradora de nossa vida, nosso guia, mestre interior, e através dela, nós ligarmos a nossas partes que se encontram além do tempo/espaço em que vivemos. Este caminhar visa nosso despertar, não só da sabedoria em nós para o nível consciente, mas o do amor incondicional, a sensação de unicidade com o Todo, a cura de nossa fragmentação, a restauração de nossa pureza e poder espirituais. Todas tradições concordam que o ponto no corpo físico, que este caminho passa pelo chacra cardíaco, nosso centro. As tradições nativas, todas reconhecem que em momentos da vida, podemos perder o contato com nossa essência, nós fragmentar, e se referem a isto como Perda de Pedaços de alma, onde cada pedaço que perdemos, leva consigo um Dom da alma, onde a mesma foi ferida. Em geral, estas “feridas” se processam na infância e adolescência, e portanto quando se fala na cura da Criança Ferida, não nos referimos apenas a criança que sofreu desamor de qualquer forma, mas sim ao afastamento da alma daquele Ser. Em geral, as primeiras partes que se afastam, são as qualidades de autoconfiança e no seu lugar ficam os medos aprendidos, de fé em si mesmo, ficando a dependência, a sensação de incompetência, e assim por diante. E detectam está ausência, pelo “vazio” no peito. Na alquimia, denominamos este caminho como despertar do salino em nós, que devido a linguagem simbólica, ativa em nós, pessoas ainda comuns, processos ligados ao corpo mental concreto, busca compreender suas estratégias, mecanismos, e assim nossa consciência fica aprisionada nos processos mentais, sob controle do Ego mundano, que não nós permite o sentir. Grupos ligados as tradições orientais, o chama como caminho do coração, passando portanto pela cura dos corpos emocional-afetivo, como mecanismo de acesso a alma. Como nosso aprendizado sobre o que é amor, passa pelas experiências humanas, onde ainda somos aprendizes no campo emocional, vivenciamos um amor distorcido pelas nossas ilusões, pelas de raiva e culpa de nossas expectativas frustradas, magoas por não nos adequarmos as expectativas alheias, ou seja, temos a experiência do não amor, dos jogos de posse, de domínio-submissão, manipulação. Não temos em nós a experiência do amor verdadeiro e incondicional- sempre nos relacionamentos existem expectativas e julgamentos, pois somos assim, em nosso mundo interno, movidos pelo “esperar”. Esta experiência que gerou decepções, nós fez aos poucos gerar armaduras de defesa de nossa integridade, fechamos nossa sensibilidade, pois amar é perigoso, fere, podendo até nós levar a negar a vida em nós. Ficamos insensíveis, pois assumimos uma crença de Proteção SENTIR NÃO É SEGURO, e apesar de desejarmos ardentemente amar e sermos amados, bloqueamos os chacras de sentimentos cardíaco-tímico, no máximo nós permitimos as emoções do chacra umbilical, pois isto nos permite a percepção de estarmos vivos, e porque o sentir fome está ligado as necessidades do sistema de defesa da sobrevivência do corpo. Não conhecemos, ou não nos permitimos o amor entrega, sem julgamentos ou expectativas, sem querer mudar o outro, espontâneo, acolhedor, empático, fraterno e todas as formas de Sentir provenientes da presença da alma em nós. Nos caminhos, onde a mente assume o controle da experiência humana, acaba bloqueando em nós aquilo que nós torna humanos, a capacidade de percepção com consciência e guiar o que sentimos, e nós fechamos emocionalmente, para não nos sentirmos mal, seja com nós mesmos, ou com a opressão do ambiente. Neste processo enclausuramos nossa alma, pois optamos pelos caminhos que nosso intelecto pensa controlar. E como um passarinho selvagem aprisionado, ele perde o brilho, pois já não é mais livre, e a vida perde o gosto, o prazer, a naturalidade, até nós levar à morte , mesmo mantendo nossa funcionalidade, tornamo-nos sonâmbulos, zumbis, movidos apenas pelos condicionamentos, ou seja apenas a parte animal em nós sobrevive, mas o humano em nós, a presença da alma, com sua guiança sabia e confiável, vitalidade, o Criador em nós se recolhe e se afasta( gera sensação de morte em vida), deixando nós perdidos. Descartes se engano ao afirmar: Penso, Logo Existo. Na realidade seria melhor dito: SINTO, LOGO EXISTO. Um computador pensa mais velozmente que nós, mas não sente, pois não tem alma. Existe uma forma muito simples de ativarmos nosso cardíaco, bastando convidar a alma a morar nele, e deixa-la livre para ser o que é, e nós tornar aquilo que fomos creados para ser. Simples, porque temos em nós a sensação, a vivencia de viver com a plenitude da alma em nós, lembrança que traz consigo alegrias da melhor fase de nossa vida, quando estávamos nós descobrindo e ao ambiente. Foi a alma quem nós conduziu nas primeiras explorações do mundo, confiantes que podíamos engatinhar, andar, sem conhecer o medo, dava a coragem de experienciar de tudo, para gerar referencias futuras do que gostamos e do que não apreciamos. Ela era a sede de nossos sensos de coragem, esperteza, que movia- nos de atividade em atividade naturalmente, nela mora nosso temperamento. Éramos espontâneos, puros, autênticos, sem mascaras: Éramos quem éramos, sem nenhuma vergonha nem orgulho, expressávamos nosso temperamento- apenas estávamos vivos, manifestos em uma grande aventura, sem ontem nem amanhã. Na adolescência, a alma traz uma nova aspectação, o da rebeldia, a capacidade de experienciar o livre arbítrio, a nós permitir a discordar do “status quo” que havia sido nos apresentado até então. Nesta ela se mostra firme, convicta, e eficaz nas escolhas, nas convicções, se decide que um caminho é justo e serve para ela, nós dá a força para conquistar o objetivo, por mais impossível que aparentasse ser para a mente logica. Ela demostrava ser capaz de fazer milagres, seu poder de guiança, sua sabedoria ao traçar a teia de nossa vida, bela, fluídica. Ela nós forneceu a estrutura para obtermos nossa independência mental, psíquica, intelectual e financeira. A alma foi nosso amparo e guia seguro no processo de individuação, que nós fez diferenciarmo-nos de nossos pais, dos modelos apresentados, imprimindo nossa Unicidade perante o Universo. Mas em algum momento, assumimos a máscara do adulto: responsável, serio, com juízo :e nasce ai nosso juiz, passamos a avaliar as coisas como boas e ruins, tendo como referência o modelo sociocultural, negando os sensos da alma. O senso comum, baseado no médio crer, ou seja na mediocridade nós afastou da alma, a aprisionou, e a “matamos” como nosso guia seguro. O Falso ego, a mente passa a assumir o controle de nossa vida, e com todas suas limitações derivadas de sua ignorância, nós conduz de modo errático – penetramos no mundo do sofrimento, nesta escolha passamos a viver o arquétipo do anjo decaido- fomos expulsos do paraíso, que é a integridade, a presença da alma. Então nós nos desencantamos com a vida, e podemos desenvolver problemas de coração, pois perdemos o amor e significado pela vida. A síndrome do pânico, as fobias se desenvolvem quando a alma está ausente, ou perdemos partes importantes dela, qualidades fundamentais. Se traímos nossa alma, seremos traídos pelo mundo porque temos esta energia em nós atraindo pela afinidade situações. Se desvalorizamos nossa alma, nosso sentir, nossos sensos, o valor proveniente do mundo (fluxo de dinheiro) se retraia ao mínimo que garanta a sobrevivência, até que decidamos viver novamente pela alma, e não mais pelo senso comum, pela vida medíocre, sem “sabor”. O Sentir da alma é muito diferente do senso comum- ela conhece as infinitas possibilidades e escolhe a melhor para nós a cada momento, nós traz os recursos e os estímulos, com ela, não há mais separação entre nós e o ambiente, com os demais seres, é única, expansora, libertadora, fluídica. A alma é o próprio fluxo da vida, ela se multiplica e diversifica, agente de transmutação, no que ela toca. É ela que abre o caminho a nossa frente e se revela, bela, como um anjo na nossa vida. Nela vivemos no estado de felicidade. Sem a alma vivemos no inferno, submetidos e infelizes, com um vazio no peito, solitários, pois não a temos para nós acolher. Ela é a sede de nossos anseios…se perdemos nossos anseios, o que dá significado a nossa vida, nós nos sentimos vazios e ansiosos. Nela, nossos anseios se realizam. Ela que é a razão de nossa vida, ela quem tem anseios para realizar, os recursos, os modos. Com ela podemos nós mudar e mudar tudo à nossa volta, simples e naturalmente, ela que nós ensinou a desenvolver os potenciais desejados. Voltar a viver na alma é o único caminho para nos tornarmos felizes, plenos, realizados, ao manifesta-la no dia a dia, no simples fato de tomar banho com a presença da alma, o café da manhã modifica seu sabor, pois a vida passar a ter prazeres, significado. Pois a alma é nossa mensageira, o Hermes em nós, aquele que é capaz de estar em contato com nossos corpos de manifestação, em cada célula, em cada átomo, e ao mesmo tempo, com nossa parte eterna, que viaja a velocidade da luz, não sujeita a materialidade. E também navega em todas nossas dimensões, em nosso passado e futuro, tal como um elétron, que está em um lugar, ou em outro, em ambos, ou em nenhum. Ela é a intermediaria entre o potencial infinito do Creador em nós, e o potencial que nossos corpos são capazes de tolerar sem degeneração. É um filtro que age em ambos sentidos, selecionador, onde moram todos nossos sensos, valores de alma, sabedoria, pureza, nosso modelo de melhor. Ela pode buscar o recurso correto, na medida correta, no momento certo, fechar as portas que não fazem parte de nosso caminho, mas também pode escancarar a porta onde devemos entrar. Nas infinitas possibilidades, ela sempre nós indica o caminho correto para nós. Nela não há medo, pois ela não pode ser atingida pelo que vem do mundo terreno- nós não podemos corrompe-la, ela se recolhe, mas ela pode nós influenciar e modificar positivamente. Podemos apenas comandar nossas forças anímicas. Como dizia Paracelso, na Chave da Alquimia, a entidade superior (vibratoriamente, de maior potencial desperto) é capaz de curar a inferior, mas a inferior, não tem o poder de afetar negativamente a superior. E a entidade que nós retira do estado de funcionalidade, é uma entidade do veneno, ou seja, nossas mascaras nós são toxicas, porque fazem a alma se retrair e nós abandonar. Com ela presente, obtemos a uni ciência e onipresença de nosso espirito, pois ela é capaz de nós alinhar instantaneamente com nosso centro, com a vontade de nossos Espirito, e com a vitalidade do Creador em nós. Ela que nós mantem no equilíbrio dinâmico perfeito para nós, e nós move pela vida, de forma perfeita. Nelas recuperamos o nosso poder, que havíamos dado ao mundo, e é nela que podemos despertar a capacidade de amar incondicionalmente. É na presença da alma, que voltamos anos sentir acolhidos, protegidos, nutridos, plenos, saudáveis, com uma sabedoria que a mente reverencia. É no alinhamento dos corpos manifestos, alma, espirito e centelha em nós que nós sincronizamos e passamos a vibrar nossa música pessoal, harmônica e bela, que é nosso verdadeiro Ser se manifestando. E neste momento, tudo que é tocado por esta “musica” se cura, pois é da alma a capacidade de nós curar, da regeneração, da alquimia interior em todos nosso níveis e dimensões. Exercícios: A - Use o poder de imaginação do corpo mental abstrato e crie um cenário, onde você se SINTA cada vez melhor a teu respeito. Silencie sua mente, não deixe ela controlar o processo. Você melhor em todos aspectos, puxando utilizando a capacidade do pensamento se tornar real e gerar sensações, para entrar no Estado Vibratório do Melhor, o SEU melhor e observe sua bioenergética alterando, conforme a alma venha se aproximando, pois está é uma qualidade, um senso dela. Se no início for difícil se visualizar no melhor e sentir, vá buscar na memória dias e situações onde você se sentiu o máximo, vitorioso, feliz, pleno ou seja os melhores estados, onde a alma se manifestou. B - Vá revisitar os momentos da infância, da adolescência, onde você vivia com a alma, antes de assumir o papel social do “adulto”. Veja como você era, e como se sentia. Que qualidades tinha? Fata alguma hoje em você? Peça a ela para despertar em você novamente a qualidade, e se veja se tornando a que tinha esta qualidade. A emoção nunca está no passado, mesmo que seja uma memória, para o corpo ela é o Presente, a presença do estado, que ele sabe replicar, uma vez que é conhecido e nós coloca no melhor. C - Use este estado de alma, para sobrepor sobre alguma magoa, esta emoção, regravando sua “memoria”. D – Busque neste estado, quais eram seus anseios no passado, e quando você viveu nela, ouvindo a alma, e não pessoas externas, como foi teu caminhar? Que habilidades desenvolveu? Ela é de confiança? Aconteceram milagres, pessoas surgiram do nada só para te ajudar, o que parecia impossível no senso comum se realizou? E como foi quando você viveu pelo” juízo” de adulto? As coisas fluíam tão bem, sua confiança era a mesma, ou teve medos de agir? Perceba a diferença no seu corpo depois de ficar alguns minutos neste Espaço Existencial, observe como o ambiente perde poder quando incorporarmos nossa alma. Perceba a mudança em cada célula, na postura do corpo, no retorno do poder pessoal.... Este exercício deve ser repetido o mais que for possível, em várias situações, até que a alma se torne nossa melhor companheira, inseparável novamente. E - Após conseguir sentir a presença da alma em você, comece uma “conversa” com ela. Pergunte o que ela quer fazer por você, e o que você precisa fazer para que ela viva com você. Se tiver uma decisão difícil a tomar, pare uns segundos, visite este estado e pergunte o que ela deseja que você faça...dê espaço para que ela te guie... Não consegue lidar com uma situação, entregue para ela resolver...e confie nela. Tenha paciência, e espere. Aprenda como se comunicar com ela, e abra espaço para que ela converse com você, afinal, ela é você. F – Depois destes treinos, podemos visualizar o mover de: como eram as pessoas que viveram com a alma, e como a vida deles se manifestou e modificou a Humanidade. Como Gandhi, libertou um país só sendo ele mesmo. Em que estado consciencial, vibratório estavam Einstein, Tesla, Santos Dumont, Leonardo da Vinci quando criaram suas obras? Era vivendo no senso comum, ou na plenitude de sua alma? Eles tinham a pretensão de realizar algo, ou para eles era natural faze-lo, se surpreendiam com seus trabalhos? Veja que uma das qualidades/ dons da presença da alma em nós é a Genialidade, a criatividade original, inédita, a capacidade de canalizar ideias e conceitos capazes de curar a Humanidade.

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